Iniciou no sábado, 18 de julho de 2015, no Centro de Inovação da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE) a terceira edição da BitConf, Conferência brasileira sobre Bitcoin, na cidade de Florianópolis. Depois de uma semana de chuvas em Santa Catarina, parece que São Satoshi resolveu operar um milagre e presentear aos participantes da conferência com um lindo dia de sol na capital catarinense.

Marcada para iniciar às 9:30, muito antes disso já chegavam ao local dezenas de participantes, o que possibilitou que a primeira palestra da conferência tivesse início sem atraso.

Para essa primeira palestra, sobre aspectos legais e jurídicos do Bitcoin, tivemos a presença da advogada Luiza Silva Balthazar, do escritório Pinhão e Koiffman, especializado em questões legais relacionadas à tecnologia. Como era esperado, surgiram muitas dúvidas, que foram elucidadas pela advogada.

Após a palestra da Luiza, seguiu-se a programação com a participação de Edilson Osório Junior, que falou sobre a forte presença chinesa no ecossistema Bitcoin e as possíveis consequências das decisões que venham a ser tomadas pelo governo da China, com prováveis impactos diretos e indiretos para toda a rede Bitcoin. Foi um excelente debate, que abordou as consequências econômicas, técnicas e políticas sobre a criptomoeda.

Com esta palestra encerrou-se o período de programação da manhã, por volta de 12:40h.

As palestras da tarde deveriam ter início às 14 horas, mas ocorreu uma queda de energia elétrica no bairro. Aliás, muitos dos presentes lembraram que em São Paulo, na II BitConf, também aconteceu o mesmo. Coincidência? Eu acho que não :p

Após quase uma hora sem energia, ela foi restabelecida e tivemos início com a palestra de Rocelo Lopes sobre mineração de Bitcoin. Rocelo iniciou a sua apresentação exibindo um vídeo onde mostrava parte de suas operações de mineração de criptomoedas no Paraguai. Após, fez um histórico da evolução da mineração.

Rocelo, que é o maior minerador brasileiro e proprietário da CoinBR.net esclareceu aos presentes todas as dúvidas relativas à mineração, tema que geralmente é a primeira preocupação das novas pessoas que chegam ao Bitcoin.

Após a palestra de Rocelo, iniciamos a apresentação de Fernando Bitti Loureiro, brasileiro que atualmente mora na Espanha e que tem tomado várias iniciativas e orientado aqueles que buscam se inserir no mercado Bitcoin. Fernando mantém o site www.bitcoinnosnegocios.com.br e tem demonstrado as inúmeras vantagens do uso do Bitcoin pelas empresas.

Depois da palestra de Fernando, a última participação do dia. Ken Kappler, chefe de comunicações tecnológicas da plataforma Ethereum, que veio diretamente de Londres para participar da conferência.

Ken apresentou as principais características e ideias da Ethereum, e falou sobre diversas aplicações que estão sendo desenvolvidas, utilizando-se da tecnologia da Blockchain. Alexandre Van de Sandes, que também participa do projeto Ethereum e realiza palestra no domingo, também participou da apresentação, colaborando e esclarecendo questões técnicas da plataforma.

Após a participação de Ken, teve início um coquetel no espaço central da ACATE, oferecido pela CoinBR.net. Na oportunidade, Rocelo Lopes, Charys e Safiri apresentaram algumas das novidades que a CoinBR lançará nos próximos dias.

E assim terminou o primeiro dia desta, que já é a maior edição realizada da BitConf.

III BitConf – 2º dia

A primeira palestra foi com Gabriel Ferraz, da start-up Hubble, que falou sobre “O verdadeiro público da economia digital”. Gabriel trouxe estatísticas muito interessantes e que muitas vezes desconhecemos, sobre o envolvimento das novas gerações com a tecnologia, principalmente no mercado de games.

A apresentação seguinte foi do médico Rodrigo Castilhos, de Porto Alegre, que falou sobre propriedade intelectual, copyright, creative commons, pirataria e como a utilização da tecnologia da rede Bitcoin pode ser aplicada para deixar mais claras as questões referentes às licenças de autoria.

No início da tarde foi a vez de João Canhada, da exchange FoxBit, fazer uma apresentação da tecnologia e dos serviços da exchange, mostrar alguns casos de uso dos serviços para operações como remessas legais internacionais e também relatar um pouco da curta, porém muito impactante trajetória de apenas 7 meses, onde nesse curto período a exchange já ocupa um importante papel de destaque no ecossistema Bitcoin brasileiro.

Em seguida o professor da Universidade de Brasília, Pedro Rezende, fez sua palestra “Criptomoedas em tempo de ciberguerra”, onde abordou assuntos relacionados à geo-política internacional, sistema financeiro, crise global da economia, alinhamentos políticos e econômicos em torno dos Estados Unidos ou da China e Rússia e, no meio disso tudo, a criptografia, as criptomoedas, a luta pelo controle da internet.

Enquanto acontecia a palestra do professor Pedro Rezende, na sala ao lado, batizada de sala 42, rolava uma oficina ministrada pelo Gabriel Aleixo e pelo Marco Agner, sobre segurança de wallets e criptografia, mostrando na prática como proteger seus bitcoins.

Após, mais uma vez tivemos no auditório a presença da plataforma Ethereum, desta vez com Alexandre Van de Sande, que também faz parte do núcleo diretamente envolvido com o desenvolvimento da Ethereum, que realizou diversas demonstrações em sua apresentação “Contratos inteligentes no Ethereum, ou como fundar o seu próprio país”.

Finalizando os debates, tivemos uma mesa composta por Safiri Felix (CoinBR.net), João Canhada (FoxBit) e Fernando Bitti Loureiro (Bitcoin nos Negócios), que traçou um quadro do Bitcoin no país, perspectivas futuras e abordou questões como regulação.

Encerrando a III BitConf, foi lançado e exibido oficialmente no Brasil, pela primeira vez, o documentário Ulterior States, do diretor inglês Tomer Kantor.

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